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2024-09-08

Um telemóvel por cada três reclusos

Reclusos de Vale de Judeus usaram telemóveis contrabandeados para planear fuga. Colocar o ónus da evasão no uso de telemóveis «é uma treta, uma conversa de nada», diz Carlos Rato, advogado e director da Associação Portuguesa de Apoio ao Recluso (APAR), citado pela Renascença
 
   Os cinco reclusos que escaparam do estabelecimento prisional de Vale de Judeus, utilizaram telemóveis - com acesso à internet e redes sociais – para planearem a fuga. Isto, apesar de o Regulamento Geral dos Estabelecimentos Prisionais proibir este tipo de equipamentos dentro de muros.

   Por lei, os reclusos portugueses podem (salvo algumas excepções) fazer um único telefonema por dia, com cinco minutos de duração máxima, a partir de cabines telefónicas.

   Uma das consequências desta limitação é o «negócio» do contrabando de telemóveis, diz Carlos Rato. «Numa cadeia como Pinheiro da Cruz ou Carregueira, há um telemóvel por cada três reclusos no mínimo. Portanto, os telemóveis proliferam por todo o lado. Toda a gente sabe. É um negócio que é feito por algumas famílias e também alguns guardas», diz.
 
   No entender do advogado, se a Direcção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais quisesse resolver o problema do contrabando de telemóveis seria «facílimo fazer». Como? Existem formas de «bloquear o sinal de telemóvel».

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