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2023-04-25

Só há uma forma de tocar o Hino e Grândola: «Com alma»

A Bandeira Nacional já tinha sido hasteada por três vezes: Alandroal, Juromenha e Mina do Bugalho. Ainda faltava realizar idêntica cerimónia nas restantes freguesias. Mas a comitiva havia de lá chegar durante a manhã para celebrar o 25 de Abril. Sempre ao som da Portuguesa. Seguia-se Grândola Vila Morena. E aplausos entre cravos vermelhos. Uns na lapela, outros na mão

TEXTO l Roberto Dores

 
   Acompanhámos por instantes a Banda do Centro Cultural do Alandroal. Afinal, como é que se prepara um rol de arruadas - oito, ao todo - para se estar à altura de uma efeméride com o peso do 25 de Abril?
 

   Agostinho Lourinho é o maestro da Banda, responsável pelas notas certas dos cerca de 30 músicos. «Isto tem uma preparação com um ensaio especial. Não pode ser chegar aqui e tocar sem se estar devidamente preparado com alguma antecedência», explica, justificando que para tocar o Hino Nacional e Grândola Vila Morena é preciso que os músicos «dêem muito de si.»

   E porquê? «São dois hinos. Grândola acaba por ser o hino do 25 de Abril. Traz-nos Zeca Afonso à memória e marca a revolução. Os hinos têm que ser tocados com alma e sentimento, porque nos representam a todos», sublinha o maestro.

   O Executivo camarário esteve nas várias cerimónias, tendo o presidente da autarquia, João Maria Grilo, justificado que a passagem por todas as freguesias tem o objectivo de relembrar que «umas das coisas que a democracia trouxe foi o poder local próximo das pessoas, com o reforço desta proximidade que as freguesias dão».  

   Uma oportunidade para o autarca recordar que já passaram 49 anos sobre Abril de 1974, mas que é importante não perder de vista a reconstrução do processo democrático. «A diferença que a democracia tem para os outros regimes é que tem que estar sempre em construção. Tem que estar sempre a ser alimentada, sempre a ser reforçada. E isso só se faz com as pessoas. Nós somos os representantes do poder local e temos o dever de estar próximos delas», resumiu João Maria Grilo.
 
 
 
 
 
 
 
 

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