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2023-03-13

O que fica do Festival do Peixe do Rio? Isto tudo e ainda mais

Verdade insofismável que acompanha o resumo do Festival do Peixe do Rio: O lúcio perca, o barbo ou a carpa e até o bagre abandonaram, de vez, a lógica que associava o peixe do Guadiana a um produto pouco valorizado e que se limitava a ser consumido pelas famílias do Alandroal. Por estes dias foi figura de proa nas ementas dos restaurantes. Ao ponto da restauração ter sentido dificuldade em responder à tremenda procura. Sim, há argumentos para o Alandroal se afirmar como «Capital das Cozinhas do Rio», conquistando projecção à escala do país

TEXTO l Roberto Dores
 
   A degustação feita pelos alunos na cantina da Escola Básica Diogo Lopes de Sequeira é um dos momentos seleccionados. Houve crianças que provaram peixe do rio pela primeira vez e deram a sua aprovação à iguaria. O filete de lúcio perca frito convenceu e deixou no horizonte a possibilidade das ementas escolares do concelho virem a exibir peixe do rio no futuro. Também não faltaram exemplos de jovens que se lembram de comer peixe do rio desde sempre nas suas casas.

Chefe José Júlio Vintém testou conhecimento dos alunos sobre os peixes
   
   Da abertura do Festival vem a notícia da aposta na criação de uma academia que ambiciona pôr o peixe do rio em foco, com recurso a um espaço físico que seja «um repositório do conhecimento das gerações anteriores e que muitas vezes está em risco de se perder», segundo anunciou o presidente da Câmara do Alandroal, João Maria Grilo.

   A Academia destina-se a preservar conhecimento, que deverá depois ser transformado e disponibilizado às novas gerações. «Se nós queremos que as cozinhas do rio, em toda a sua amplitude, sejam uma referência do concelho, temos de ter um espaço em que ao longo do ano essas cozinhas e esses conhecimentos sejam promovidos e onde haja também lugar para os restantes produtos locais do concelho», adiantou o autarca. 
 
Roteiro do Petisco passou por dez locais ao longo de dez horas

   Nota importante transversal a todo o evento. É preciso que a restauração garanta peixe todo o ano e não apenas em tempos de Festival. Damos a palavra ao chefe José Júlio Vintém: «Há peixe do rio em muitos sítios do país, mas era importante que o Alandroal tivesse peixe o ano todo, garantindo que mais ninguém se queixe que veio aqui comer peixe e não havia. Queremos que o peixe do rio seja o bastião do Alandroal e isso depende de todos. Dos restaurantes e da população». 

   Foi para somar experiências e conhecimentos que a organização do Festival elaborou o Roteiro do Petisco, que percorreu todo o concelho, com a comitiva a poder degustar novos e antigos pratos. Uma jornalista foi recolhendo depoimentos junto de quem cozinhou o peixe. Os relatos vão ser publicados um dia destes para memória futura.

   Durante a semana houve uma exposição de chaminés, encontro da Rede de Estações Náuticas do Alentejo, animação de rua, feira de produtos locais, caminhada, prova de bicicleta, concurso de pesca, maratona fotográfica e até um torneio de sueca.  Também houve espaço para voo em balão de ar quente. A festa terminou este domingo com uma ´caldeta´para todos os que quiseram aparecer.
 
 

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