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2024-06-07

Autarca pede a Montenegro que «olhe» pelas bordadeiras de Arraiolos

A presidente da Câmara de Arraiolos escreveu esta quinta-feira ao primeiro-ministro, a quem pediu «para olhar» - segundo a expressão de Sílvia Pinto - para os célebres tapetes do concelho, mas, sobretudo, para as bordadeiras que os produzem. «Precisam que olhem para a situação  laboral delas», alertou a autarca, para quem só garantindo condições de trabalho será possível atrair gente nova que assegure futuro a esta arte secular
 
TEXTO | Roberto Dores
 
   Sílvia Pinto falava na abertura de «O Tapete está na Rua», assumindo que um futuro mais risonho espreitaria se a lei de 2002, que anunciava a criação do Centro para a Promoção e Valorização do Tapete de Arraiolos, já tivesse sido aplicada. Mas continua na gaveta.

    «Quando entrei para a Câmara esta lei já tinha sido aprovada e parece que vou sair e, infelizmente, a lei não será aplicada, o que é lamentável», referiu, assumindo que o Município tem estado disponível para dialogar com o Governo, procurando uma solução que permita implementar a lei já com 22 anos. 

   Sílvia Pinto, que enfatizou a «falta de vontade política», até aceita que seja necessário fazer alguns ajustes ao que estava previsto inicialmente, mas alertou que «é urgente avançar com essa situação» para se fazer «a certificação do verdadeiro Tapete de Arraiolos».

   Até segunda-feira o centro da vila está engalanado com tapeçarias a fazerem lembrar mapas de geografias díspares que juntam arte e saberes seculares, traduzidos pelas mãos das bordadeiras. As mesmas que Sílvia Pinto quer valorizar, para que tenham salários que lhes permitam viver desta arte. Uma bordadeira de Arraiolos recebe, em média, 300 euros mensais. Já uma bordadeira da Madeira aufere maior salário e dispõe de vários benefícios do Estado.
 

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