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2024-07-05

Negócio de milhões em Espanha vai à mesa no castelo do  Alandroal

 
 
O tema começou a ganhar maior expressão em 2022, quando se concluiu que a pesca do lagostim-vermelho-da-luisiana - uma espécie invasora com elevado impacto nos ecossistemas da Península Ibérica - poderá, afinal, render milhões de euros a Portugal. Em simultâneo, estarão garantidos benefícios ambientais pelo controlo da sua população. O exemplo do sucesso chega de Espanha, onde a introdução desta espécie no circuito comercial já supera os 20 milhões de euros por ano. O país vizinho já é o segundo exportador mundial. Depois da China
 
TEXTO | Roberto Dores

FOTO| Getty Images 
 
   O que começou por ser apelidado de «praga» nos nossos rios e barragens tem, aos dias de hoje, um novo estatuto. O lagostim ganhou currículo, sobretudo, no Alandroal, onde passou, afinal, a ser servido à mesa como uma «deliciosa iguaria», que permite a confecção de vários pratos. Paelha, por exemplo. Sim, paelha.

   Isso mesmo poderá ser testemunhado entre esta sexta-feira e domingo no castelo do Alandroal, onde o Festival Fora da Casca convida os visitantes a sentarem-se às mesas para degustar lagostins e caracóis. Também há caracoletas. Já provou grelhadas? Recomendamos. 

   Só um aparte, para lhe dizer que se passar já hoje pelo Fora da Casca terá o atractivo extra de poder assistir ao Portugal-França em ecrã gigante (20.00 horas) a contar para os quartos-de-final do Euro 2024.

  Voltemos ao negócio do lagostim que os espanhóis descobriram há alguns anos, representando mais de 400 postos de emprego directos, através de cinco empresas. Por cá, o lagostim já mereceu (em 2021) a definição de um plano de acção nacional para o controlo da espécie, através da pesca, comercialização e consumo. Porém, o seu valor e a entrada oficial no circuito comercial continuam por definir.

   Resultado: A esmagadora percentagem dos lagostins capturados nas águas do Alentejo é encaminhada para as fábricas da Isla Mayor (na Andaluzia), que exporta para todo o mundo. Mas já há uns anos que os espanhóis tinham começado a procurar fornecedores de lagostins entre os pescadores nas margens de Alqueva, chegando a oferecer dois euros por quilo. Tempos depois começaram a trazer o seu próprio material para incentivar a mais pesca. Desde barcos a isco.

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