2024-05-16

A festa onde ninguém sabe o que vai a leilão. «Até pode ser um porquinho»

 

Pode ser um porquinho, pode. Mas também pode tocar em sorte um borrego, um coelho ou um galo. Talvez uns enchidos ou, quem sabe, uns bolos. Só mais em cima do leilão das fogaças marcado para as 15.30 horas de domingo nas festas em honra de São Romão, em São Lourenço de Mamporcão (Estremoz), se saberá o que vai ser licitado. Uma prática diferenciadora que respeita uma tradição com décadas de história

TEXTO | Roberto Dores

 

   «Nós enviámos uma carta aos agricultores da região a pedir que nos cedam algum animal das suas explorações. Vamos ver o que vem, porque há sempre surpresas e nunca sabemos o que pode acontecer», descreve  Mauro Carrapiço (à esquerda na foto, ao lado de Jorge Bailoa), presidente da Associação Recreativa e Cultural 8 Bairros, estrutura que assume a organização das festas com início marcado para sábado em redor da ermida de São Romão (Programa completo no final do texto).

   Uma garantia é que os animais serão licitados vivos, pelo que quem os arrematar terá esse encargo nos braços. Digamos que não é para todos conseguir levar um porco ou um borrego para casa.

   «O leilão de fogaças é factor diferenciador das nossas festas. Eu não conheço nada igual, porque esta tradição, infelizmente, caiu em desuso», acrescenta o mesmo dirigente, destacando que o ponto alto continua ser a procissão, agendada para as 10.00 horas de domingo, seguida da bênção do gado. À tarde há música, enquanto o final das festas terá lugar pelas 18.00 horas com uma garraiada.

 

   Mas voltemos a sábado onde a organização dos festejos começa a apostar forte no torneio da malha. Bem que a comissão de festas tentou que São Lourenço de Mamporcão foi incluído numa das etapas do Torneio da Zona dos Mármores, precisamente aproveitando a festa, mas ainda não foi possível desta vez. «Vamos tentar para o ano. Mas o objectivo é que as pessoas venham aqui passar uma boa tarde e possam jogar. Temos os campos preparados», assume Mauro Carrapiço.

   A organização voltou a reservar um espaço com cariz solidário à Associação dos Amigos da Terceira Idade de São Lourenço, onde vão vender bolos e bebidas. «É a nossa forma de ajudarmos a associação, que precisa tanto», resume.

 

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